A Doença e a Cura

13/12/2008 22:06

Paulo Montenegro Sloboda é médico, terapeuta com enfoque transpessoal e diretor do EDEM – Espaço de Desenvolvimento Multidimensional.
Contato:
paulo@edembrasil.com

    Nós somos um sistema multidimensional e holárquico de campos informativos.
Certamente que esta não é uma definição romântica do Ser humano. Não creio que algum poeta descrevesse assim sua amante ou a si próprio, mas, na realidade é assim que somos. Vamos então analisar esta frase por partes.
    Além do corpo físico é incontestável que temos uma aura emocional facilmente perceptível pela maioria das pessoas e que podemos dizer que é um campo mais sutil, de outra dimensão. E nosso corpo revela o estado deste campo também, o que já mostra um sistema de campos de duas dimensões. É fácil percebermos quando uma pessoa está triste ou eufórica pela forma como ela anda ou se comporta fisicamente. Ombros caídos, cabeça baixa, olhos baixos e inexpressivos são sinais comuns de tristeza, depressão, desânimo (sem alma). Tanto quanto o peito erguido, a cabeça para cima, olhar brilhante, andar saltitante nos demonstram alegria, euforia, animação.
    Evidentemente que este campo revela também o que estamos pensando e podemos chamar esse campo das nossas emoções e pensamentos de Campo psíquico.
E há um campo muito maior que, para fins de simplificar, iremos chamar de campo espiritual.
Então “somos um sistema de campos” que se manifestam em dimensões diferentes, “multidimensional”, que obedecem a uma hierarquia. A física nos ensina que as dimensões mais sutis interpenetram as dimensões mais densas e que o inverso não ocorre. Existe, portanto, uma hierarquia.
    Mas cada parte do sistema revela o sistema todo de forma holográfica. Há uma hierarquia com comportamento holográfico e, para isso, Ken Wilber criou a palavra “holarquia” para falar da hierarquia holográfica.
Assim, então, nossa frase inicial já começa a ficar mais compreensível: “somos um sistema multidimensional e holárquico de campos informativos”.
E estes campos informativos, isto é, que contêm informações, são alvos de estudo de varias ciências.
    A medicina ficou encarregada de acessar as informações do campo físico e faz isso de forma muito eficiente. Palpar, auscultar, observar com os olhos e ver com aparelhos cada vez mais sofisticados como microscópios, aparelho de captação de imagens que utilizam desde o velho RX até a ressonância magnética dos átomos do nosso corpo, espectrômetros e reações químicas especificas que nos dão “informações” sobre o estado do corpo físico humano.
    A psicologia se dedicou a captar “informações” de um campo mais sutil, da nossa psique, como chamou seu grande estudioso, Sigmund Freud, e com técnicas também mais sutis vai aprendendo sobre nossos pensamentos e emoções.
    Já este grande campo, que estou chamando de Espiritual, ficou a cargo dos filósofos e místicos e temos pouco a falar sobre ele exatamente por sua característica que transcende ao nosso pensamento e a linguagem.
    Agora a frase parece completa e, se ainda não adquiriu um ar de romantismo, pelo menos, já carrega uma certa sabedoria. Quem sabe se daqui a algumas centenas de anos os poetas de expressem assim sem qualquer prurido.
(Meu campo informativo multidimensional
Se manifesta de forma não convencional
Quando meus olhos físicos
Vêem seu corpo descomunal,
oh meu amor....)
    Sendo assim não podemos crer que as doenças que nosso corpo manifesta sejam apenas inerentes ao corpo físico, pois doença e saúde são informações deste sistema holárquico e multidimensional e o corpo, como parte, revela as informações do todo que é o sistema maior. Um simples resfriado nos revela que não estamos bem como um todo. E é evidente que os médicos vão descobrir desordens físicas que justifiquem a doença física, mas isso não significa que ela está restrita ao corpo, mas sim que esta desordem é a expressão de uma informação maior que, se não for considerada, irá se manifestar mais uma vez sob a mesma forma ou de outra maneira, na forma de uma outra doença, normalmente mais grave.
    O que precisamos é fazer uma leitura mais abrangente de todos os nossos campos informativos. Uma vez diagnosticada a doença no corpo físico precisamos ver como ela está se manifestando nos outros campos desta pessoa. E tratar de todos eles.
Lembrando que nosso grande mestre Jesus dizia ao curar um doente: “Tua fé te curou, vá e não peques mais”. Leio esta frase da seguinte forma: o movimento que fizeste vindo a mim acionou teu curador interno, vá e mude teu comportamento, pois o que tiveste até agora te levou a doença.
    Assim somos nós, vamos vivendo nossa vida sem prestar atenção no que fazemos e a doença surge para nos revelar quem somos e o que estamos fazendo. Se prestarmos atenção no que nosso corpo nos revela e mudarmos nossa maneira de ser, teremos grande chance de crescer, pois isto é aprendizado. Mas, se ao invés disso, nos contentarmos em apenas usar um medicamento que vai nos deixar sem sintomas físicos e não tentarmos fazer a leitura do que os outros nossos campos estão manifestando, então, estamos fadados a permanecer doentes, enganados e nos enganado.
    O que é digno de curar no ser humano?
    O ser humano na sua inteireza, como um sistema multidimensional e holárquico de campos informativos.

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