A Busca Incessante pela Paz

21/06/2010 15:21

"A Paz que você procura está no silêncio que você não faz"

Por Joviana Lopes

Cada vez mais nos distanciamos de nossa essência e, conseqüentemente, entramos num turbilhão de pensamentos destrutivos, ecoamos palavras carregadas de violência e agimos sempre na defensiva, como se o mundo fosse um grande campo de batalhas.
Muitas vezes ficamos num tal desassossego, que entramos  em profunda depressão, e a vida torna-se carente de encantamento. Nos identificamos com os nossos limites,  carências, dúvidas, fraquezas e com o medo. Tal situação ocorre porque o nosso ser está dissociado:  corpo, mente e espírito não são UM. Perdemos a auto-estima e o caminho que nos leva aos tesouros escondidos dentro de nós; o caminho que nos leva à nossa verdadeira casa.
A volta à nossa casa se faz urgente e necessária. Isso somente será possível quando apaziguarmos nossa mente, diminuindo os ruídos internos e externos. Muitas pessoas não conseguem ficar um minuto em silêncio; tem necessidade de falar, falar, numa verborragia desnecessária e poluente. Com isso, perdem a possibilidade de se relacionar de forma plena com o outro, ouvindo e falando de forma consciente, doando-se completamente naquele momento. “Antes que sua boca fale ao outro, deixe o seu espírito falar primeiro.”
E como começar a caça ao tesouro perdido? Inundando a mente com pensamentos construtivos, permeando o  mundo com amor, tolerância e paciência. Tornando-se um farol a irradiar paz ao seu redor. Ter um olhar compassivo para consigo mesmo, buscando compreender tudo aquilo que nos acontece como um degrau para a nossa evolução. O grande desafio de nossas vidas é entender que o importante não são as coisas que nos acontecem, mas como reagimos a elas.
A meditação se apresenta como uma grande aliada nesse processo de centramento e auto-transformação.  Meditação significa medir a ação, estar presente em tudo aquilo que se está fazendo. Não me refiro a ficar sentado por horas em posição de Lótus, entoando mantras, mas sim, ser um expectador de sua própria existência. Como se fosse uma outra pessoa a observar seus pensamentos, suas palavras, suas ações. Desta forma, nos tornamos co-criadores de uma nova realidade; passamos a ter domínio sobre nossas vidas, fazendo as escolhas acertadas. Eu posso escolher ter esse ou aquele pensamento,  usar esta ou aquela palavra,  agir desta forma ou daquela. Posso escolher também ser uma vítima eterna dos infortúnios e estar sempre procurando um culpado, ou então compreender que nos sintonizamos com situações, eventos e pessoas. Nada no universo é aleatório, e não existe “acaso”.
O ser humano possui dentro de si inúmeros talentos, riquezas e sentimentos elevados. No entanto, o processo de dissociação corpo-mente-espírito levou-o a  afastar-se de tudo o que é divino em si, gerando conflitos internos e externos, culminando com violência de toda sorte.
É chegada a hora do reencontro. O rei precisa retomar o seu reinado e sentar-se no seu trono de glória.
O Planeta Terra passa por inúmeras transformações; não há mais tempo. As mudanças em nós precisam acontecer agora. Reconhecer-se como herdeiro do trono divino é essencial para efetivarmos todas as mudanças e renascer num novo tempo, em uma nova dimensão.
Chega de lamúrias e sofrimento. Pare de nadar contra a correnteza. Comece já a transformação. Mergulhe no oceano de paz e equilíbrio. Sintonize sua mente com a Luz divina e essa luz te protegerá para sempre e te fará reconhecer-se como um Ser superior, dotado de potencialidades, virtudes e possibilidades infinitas.

“Todos os dias atravessamos a mesma rua ou o mesmo jardim; todas as tardes nossos olhos batem no mesmo muro avermelhado, feito de tijolos e tempo urbano. De repente, num dia qualquer, a rua dá para outro mundo, o jardim acaba de nascer, o muro fatigado se cobre de signos. Nunca os tínhamos visto e agora ficamos espantados por eles serem assim: tanto e tão esmagadoramente reais. Sua própria realidade compacta nos faz duvidar: são assim as coisas ou são de outro modo? Não, isso que estamos vendo pela primeira vez, já havíamos visto antes. Em algum lugar, no qual nunca estivemos, já estavam o muro, a rua, o jardim. E à surpresa segue-se a nostalgia. Parece que recordamos e quereríamos voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiqüíssima e que ao mesmo tempo acaba de nascer. Nós também somos de lá. Um sopro nos golpeia a fronte. Estamos encantados, suspensos no meio da tarde imóvel. Adivinhamos que somos de outro mundo. E lá que nasce o amor: nesse lugar onde nunca estivemos.”
Octavio Paz

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