A Beleza de Jesus e a Nossa Beleza

01/03/2009 21:52

    Em Isaias 53 versículo 2, dá a impressão que Jesus era desprovido de beleza, porém ao lermos o capítulo inteiro percebemos que na verdade é a retratação dos momentos finais de Jesus no qual sofreu, apanhou, foi chicoteado, teve a cabeça cravada com uma coroa de espinhos, foi esfolado, carregava um pesado madeiro e por fim teve pés, mãos e tórax transpassados. Para confirmar meu raciocínio, ilustro com uma história verídica que aconteceu ao célebre pintor Leonardo Da Vinci.
    A obra "A Última Ceia" foi pintada por Leonardo da Vinci, que levou 7 anos para completar a obra. Os personagens que representavam os 12 apóstolos e Jesus Cristo foram criadas a partir de modelos vivos. E o modelo vivo que representaria a figura de Jesus foi escolhido primeiro. Quando foi decidido que Da Vinci faria essa grande obra, centenas e centenas de jovens foram vistos e examinados com cuidado, no esforço de encontrar uma face pura com a personalidade limpa, não afetada pelo pecado. Finalmente, depois de semanas nessa laboriosa busca, um jovem de 19 anos foi selecionado como modelo que representaria Cristo. Por seis meses Da Vinci trabalhou na produção desse caráter principal da famosa pintura e durante os próximos 6 anos se dedicou ao que restava desse sublinhe trabalho de arte.
Pessoas apropriadas eram escolhidas uma a uma para representar os 11 apóstolos, e um espaço foi deixado para a pintura que representaria Judas Iscariotis (o apóstolo que traiu Jesus por 30 moedas de prata), como toque final dessa obra. Durante semanas Da Vinci procurou por um homem com a face endurecida, marcada pela avareza, cinismo, falsidade, que poderia trair seu melhor amigo.
    Depois de muitas experiências desanimadoras em procurar pelo tipo de pessoas ideal para representar Judas, disseram a Da Vinci que um homem cuja aparência se encaixava inteiramente nas exigências tinha sido encontrado. Ele estava numa cela subterrânea em Roma, e este homem foi trazido de sua prisão e conduzido à luz do sol. Lá Da Vinci viu que ele era um homem selvagem, de cabelo longo emaranhado, a expressão da maldade alastrada em sua face. Seu rosto mostrava um caráter fraco, transtornado, em completa ruína. Por fim, o pintor encontrara a pessoa que queria, a pessoa para representar o caráter de Judas em sua pintura.
    Com a permissão especial do rei, este prisioneiro foi levado à Milão onde a obra estava sendo executada. Por seis meses o prisioneiro sentou-se diante de Da Vinci, durante horas, dia-a-dia, para que o artista continuasse a sua tarefa de transmitir, na sua pintura, o caráter baixo no retrato que representava o traidor de Jesus. Assim que ele terminou, voltou-se para os guardas e disse "eu terminei, podem levar o prisioneiro". De repente, o prisioneiro perdeu o controle e correu até Da Vinci, e disse: " Da Vinci, olhe para mim! Você não sabe quem sou eu?" Da Vinci com os olhos treinados de um grande estudante, examinou cuidadosamente o homem cujo o rosto tinha olhado incansavelmente por seis meses e respondeu: "Não, eu nuca o vi em minha vida até o momento em que você foi trazido à mim, de sua cela subterrânea em Roma". Então levantando seus olhos para o céu, o prisioneiro disse: "Oh! Deus, tenho eu caído tanto? "E girando o rosto para o pintor, ele gritou, "Leonardo Da Vinci, olhe para mim outra vez. Eu sou o mesmo homem que você pintou sete anos atrás, como a figura de Cristo!"
    Muitas lições podem ser tiradas desta história verdadeira da pintura da última ceia. Como nós vemos os outros e os julgamos por aparências externas. Isto também ensina fortemente a lição dos efeitos de julgar o certo ou errado, na vida de um indivíduo. Aquele era um homem jovem cujo caráter era puro e intocável pelo pecado que representou a inocência e a beleza para a representação de Cristo. Em sete anos, seguindo uma vida errada ou sendo erradamente condenado (quem sabe?), a inocência e a beleza para a representação de Cristo o transformou no retrato perfeito do maior traidor conhecido na história do mundo.
    Incluo agora uma experiência pessoal e pertinente ao assunto. Por muitos anos fui julgada, difamada, injuriada, falsamente acusada, por vezes agredida verbalmente, porém não permiti que meu espírito tomasse como verdadeiro a maldade para meu coração. Alguns que me conheceram mais jovem dizem até que sou mais bonita agora que sou uma balzaquiana, e que na verdade pareço ser mais jovem do que sou.
Nosso olhar reflete o que vai na alma. Jesus foi acusado de louco pelos seus próprios familiares, Albert Einstein, meu pai, eu... tudo, porque estamos a frente do nosso tempo e somos diferentes... No que me diz respeito, eu não permiti que meu interior fosse transformado pela maldade da língua alheia, continuo com meu estilo irreverente e espero só ser uma pessoa melhor a cada dia.
    Não sou intocável, afinal sou humana, mas mesmo quando não estiver no meu melhor dia, farei como Jesus no Jardim de Getsêmani que chorou e orou a Deus, permitindo estar pronto para o que viria pela frente. Da mesma forma, quando eu tiver que enfrentar alguma luta ou injustiça chorarei e orarei como Jesus e assim estarei pronta para o que vier.
Nosso rosto possui a beleza que permitimos que os outros o moldem ou a beleza que damos a nosso rosto, reflexo do nosso coração. Mas mesmo que a mudança do nosso rosto seja inevitável, como aconteceu com Jesus, que ainda assim tenhamos a mesma majestade de Jesus, que disse, no momento final: "Senhor, perdoai-os. Eles não sabem o que fazem." Afinal somos filho do mesmo Deus que Jesus era e é.

Voltar