Como tecer a Cura em sua Vida

01/03/2009 03:33

Por Ramy Shanaytá –

    Somos responsáveis por todos os fios que compõem nossa trama pessoal, bem como pelos movimentos evolutivos que manifestamos, que é o próprio tecer. Assim, a partir da observação dos fios que se encontram fragmentados e em desarmonia com a luz da cura, podemos transformá-los. A Mãe natureza já faz a sua parte e nós necessitamos fazer a nossa, que é aprender a tecer a nós mesmos com lucidez e comprometimento perante nossa evolução.
    Todavia, para realizarmos esta ação necessitamos nos conhecer de forma bem íntima, conhecendo também cada movimento que manifestamos em relação a nós mesmos e à vida e, desta maneira, exercitarmos a transformação do que nossa consciência nos mostra. Ainda é necessário um impulso para provocarmos uma ignição na força interior que, por sua vez, despertará o movimento necessário à transformação e, assim, gradativamente, o desequilíbrio e o desalinhamento são transformados em equilíbrio conscientizado e alinhamento manifestado.
    A busca do entendimento da origem de uma doença física não é apenas a simples observação de que, voltando ao exemplo da dor de cabeça, pode ser proveniente, por exemplo, de algum problema no fígado, mas sim de uma profunda pesquisa interna do motivo pelo qual o fígado não se encontra num movimento de equilíbrio natural. Qual é a atitude que o ser está manifestando na vida que tem a ver com esta situação? O que se encontra no oculto dos pensamentos e dos sentimentos? Qual foi o ponto de ignição que produziu esta manifestação?
    Desta forma, através da observação de cada fio que constitui este tecido da “dor de cabeça”, vamos penetrando em um tempo e espaço que podemos considerar como o tempo e o espaço da transformação, da construção da consciência da cura.
    Quando uma pessoa está doente, algo interno chama para a atenção ou produz sinais que inspiram esta pessoa a uma busca mais profunda na compreensão da doença; porém, muitas vezes estes sinais acabam se tornando superficiais e limitados, não tendo a força de despertar o ser para uma atenção mais profunda que o levará a um caminho de transformação. Isto se dá em razão da ignorância do ser em relação às leis naturais e, conseqüentemente, do distanciamento da consciência da cura, produzindo uma reação de rejeição à doença, gerando mágoa, culpa, raiva ou medo, não contribuindo, assim, para com a transformação necessária àquele momento.
    Nesta situação, pensamentos ruins são comuns e constantes. Várias perguntas mentais insistem a todo o momento: “Por que a doença aconteceu?” “Por que comigo?” “Será um castigo, uma maldição?” Como resposta, aparecem as crenças: “a vida é assim mesmo”, “a vida é ruim, é perigosa, injusta”, “Deus quis assim”, “chegou minha hora”, dentre muitas outras. Ao mesmo tempo, uma outra força interna diz: “quero viver, quero me curar, não quero morrer!”
    Neste ponto, é importante perguntar a si mesmo o porquê de se encontrar nesta situação e, através de uma visão voltada ao equilíbrio, começar a pesquisa em busca da origem da doença, compreendendo também a própria condição de raiva, medo, mágoa e a não-aceitação, que já é a indicação dos pontos a serem observados e transformados. Neste movimento, é necessário que se compreenda que cada manifestação de sentimentos negativos indica um sinal e que neste sinal existe uma realidade ampla a ser observada e transformada.
    Voltando à visão de sermos um manto tecido, novamente podemos observar esta situação como um manto, cujos fios necessitamos reparar, reatar, reunir, expandir ou até mesmo fiar novos fios em substituição àqueles que não servem mais. Conduzindo esta analogia para a transformação da situação da doença, isto significa mudar o movimento do próprio tecer interno e externo, aprender novos movimentos que nos conduzam à harmonia e ao desenvolvimento de uma visão lúcida sobre a teia da cura e suas várias dimensões.
    Quando na observação de uma doença, os órgãos e regiões internas do corpo não são observados como máquinas que estão falhando, mas como manifestações da natureza que se movimentam e interagem com o todo, sendo que a harmonia deste “elossistema” ocorrerá através da restauração do elo que o constitui.

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