Culto a Mitra

27/07/2010 13:10

Por Ana Elizabeth

 

    Mitra pertence às antigas mitologias persa, romana e indiana. Para os persas e indianos Mitra era um deus solar, símbolo da luz, que representava o bem e a libertação da matéria. O deus era conhecido como Sol Vencedor.
Na Pérsia ele era filho de Ahura Mazda deus da luz solar, do dia e do fogo e da deusa Ahriman, ligada à noite e escuridão. O seu símbolo era o touro que era sacrificado em sua honra. A morte do touro, segundo estudiosos representava a Lua, e o ritual era característico dos chamados “mistérios de Mitra”.
O culto a Mitra sofreu com o tempo diversas transformações até alcançar um papel importante na Pérsia e representar uma forte oposição ao cristianismo romano. Dentro da História, o culto é citado por volta de 1400 a.C., onde Mitra é descrito como o deus que reporesenta o equilíbrio e a ordem do universo. Por volta do século 5 a. C. Mitra passou a fazer parte do panteão do Zoroatrismo persa, de inicio como deus de todos os elementos e mais tarde como deus solar, símbolo da luz.
Quando os persas foram vencidos por Alexandre o Grande, o culto a Mitra se alastrou pelo mundo helenístico. Durante os século 2 e 3 muitos povos se identificaram com Mitra. Nesse periodo os romanos, identificando com as caracteristicas do deus passaram a cultua-lo.
Nos cultos helenísticos Mitra era um deus do bem que lutava de forma constante contra as divindades do mal. Ele teria feito um pacto com o Sol e obteve a Luz e o Calor que tranferiu para a humanidade e em torno dele se desenvolveu um ritual de significado simbólico, ligado a uma futura existência espiritual, livre do plano material. O seu culto era praticado em grutas  ou câmaras sagradas dos templos, onde o principal acontecimento era a morte do touro. Acreditava-se que do sangue do sacrifício brotava a vida, propiciando a imortalidade.
O culto a Mitra foi de grande importância no Mundo Antigo. Ele chegou até à época do dominio de Roma e competiu com a fé cristã, exercendo inclusive muitas influências sobre ela. O deus tinha nos dominios romanos diversos Templos em sua honra, a maior parte com câmaras subterrâneas com imagens que retratavam o culto e o Deus Mitra matando o touro.

Iniciação

Havia uma complexa cerimonia de iniciação com sete estágios ou graus em que o adepto deveria cumpriri uma série de provas, que incluiam abnegação, sacrifício e até mesmo mortificação da carne.  Quando era aceito no culto o iniciado passava a tomar parte dos rituais, sendo os mais importantes o batismo e uma refeição sagrada feita em grupo onde era servido pão e como bebida água ou vinho. Havia também rituais de purificação em água sagrada, o uso de incensos, cantos sagrados. Os adeptos do mitraísmo guardavam determinados dias como sagrados, geralmente os domingos.
Cada degrau na iniciação procurava dar ao adepto coragem e força de vontade. Os ensinamentos conduziam a uma elevação espiritual, ao amor fraternal. Os sete degraus eram: o corvo, o culto sob o véu nupcial, o soldado, o leão, o persa, o mensageiro do Sol, e o Pai. O último grau era conhecido como Pater (Pai)  e conferia ao iniciado todos os conhecimentos do culto a Mitra e o poder de os diversos graus da escalada iniciática.
As provas incluiam a prática da piedade, o ensinamento da doutrina, além de provas físicas.  O iniciado deveria ultrapassar pelas provas que apresentavam dificuldades crescentes. A idéia era que ele depurasse sua vida física, preparando-se dessa forma para as provas que ocorriam após a morte, pois acreditavam que no mundo do além a alma deveria ultrapassar as sete esferas planetárias  da mão de Mitra para então alcançar a vida eterna.
Devido as diversas informações disponíveis sobre o culto a Mitra fica evidente que toda sua tradição foi transmitida oralmente, pois aos iniciados, como em toda Escola Iniciática era exigido o mais absoluto sigilo sobre os trabalhos, cerimonias e até mesmo conhecimento adquirido.

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