Harmonizando os três “Eus”

12/07/2010 14:17

Por Celso Aquino
https://myownprivatepath.wordpress.com

Você já ouviu falar dos 3 “eus” que somos? O Eu Jovem, o Eu Discursivo e o Eu Profundo? Ou, para ser mais claro nas definições, simplesmente Eu Emocional, Eu Lógico e Eu Divino, repectivamente?
O Eu Jovem, ou Eu Emocional, é aquela parte de nós que pensa com o coração, que sente, que se emociona, que toma decisões baseadas no que realmente quer, é nosso lado mais puro, mais criança, mais simples. O Eu Discursivo, ou Eu Lógico, é nosso lado racional, que pensa, toma decisões considerando somente a razão, a lógica. Por fim, o Eu Profundo, ou Eu Divino, é nosso lado que está em contato direto com a Força Criadora. É de onde tiramos nossa fé, é a única forma de nos conectarmos com o Divino.
“Legal”, você deve ter pensado, “mas onde é que ele quer chegar com isso?” Vamos lá. Você já se perguntou quantas vezes negou seu Eu Jovem por causa de algo “mais importante”? Temos de nos perguntar isso cada vez mais e mais, até porque negar um lado nosso é negar a nós mesmos.
A gente nasce, cresce e vive nessa sociedade que prega o controle, disfarçado de sonhos de consumo, penitência religiosa, democracia, isso só para dar exemplos baixos. Já nascemos com a agenda lotada. Crescemos e a agenda continua cheia.
Não que eu não dê valor para trabalho, estudos, etc. Acredito bastante nisso, principalmente se sabemos o que queremos e temos objetivos claros. O problema aqui é o limite: esquecer de nossos outros aspectos. Negligenciar o Eu Jovem tem sido uma prática constante na vida de muita gente. Afinal, esse nosso lado emocional pode doer muito. Terminar um namoro e trabalhar, estudar e esquecer que tempo livre existe é uma “receita” boa para esquecer-se de sentir a dor que o tal término pode trazer.
É interessante comparar nosso Eu Jovem (ou Eu Emocional) com um bambu que recebe uma corrente d’água em seu centro. A água entra e sai sem problemas. Assim são nossos sentimentos. Eles entram e saem e, enquanto passam por dentro da gente, a gente os vive. Às vezes, contudo, nos esforçamos para ignorar emoções que nos perturbam. Isso é como congelar a água que passa pelo bambu. Mas se o fazemos, terminamos por: 1- não permitir nunca que aquele sentimento saia de nós; 2- não deixar espaço para novas emoções. É só mais problema.
Resta-nos aprender a reconectar os 3 eus, ouvir o Eu Jovem, bem como os outros 2. Fácil? Não quando passamos a vida aprendendo a considerar somente o Eu Lógico. Essa reconexão pede a redefinição do que é deveras Importante, pede atitude (e até atitudes que muitas vezes podem parecer “loucura” aos olhos alheios).
Aprendi um exercício que tem me ajudado a deixar os 3 eus fluindo juntos, trabalhando interligados e em comum acordo. Isso significa pensamentos outrora estranhos à mente, significa questionamentos e ações talvez inesperadas, significa uma chance de sermos nós mesmos e de jogarmos fora coisas que estão guardadas só ocupando espaço e atrapalhando todo o resto.
Se quiser experimentar, descrevo abaixo o exercício, ensinado pelo elder da tradição Diânica Nemorensis, bruxo e autor best-seller de Wicca, Claudiney Prieto, durante a última CWED - Convenção de Wicca e Espiritualidade da Deusa.
O seguinte exercício para a união dos 3 eus deve ser feito sempre no início de cada dia ou antes de momentos importantes:
Pegue uma vasilha pequena e coloque água limpa e uma flor (não precisa ser uma flor de verdade, mas a representação de uma). A flor representa nossos 3 eus.
Fique em uma posição confortável. Só cuidado para não deitar e dormir.
Respire profunda e lentamente 3 vezes, uma vez para cada um de seus eus.
Pense no que deseja para aquele dia e imagine-se liberando na respiração a cor que representa seu desejo (procure uma tabela de correspondência de cores na web ou use sua intuição).
Concentre-se, então, no seu chakra básico (aquele entre suas genitálias e o umbigo). É onde reside seu Eu Jovem ou Eu Emocional. Imagine ele brilhando uma luz na cor que representa seu desejo. Fale com ele, pergunte sua opinião sobre seu desejo, se isso o agrada e tente ouvir a resposta (tal resposta vem em forma de pensamentos e emoções, não fique tentando literalmente escutar). Dialogue e tente chegar a um acordo com seu Eu Jovem. Se ele aceitasse algo com que talvez não concorde muito, como você poderia recompensá-lo?
Quando terminar, mude o foco de atenção para seu chakra frontal (aquele que fica no meio da testa, o famoso “terceiro olho”). É ali que reside seu Eu Discursivo ou Eu Lógico. Imagine esse ponto brilhar uma luz na cor de seu desejo. O que o preocupa? Que tipo de exigências seu Eu Lógico quer fazer? Converse com ele e o acalme. Diga que tudo está bem e que seu desejo será alcançado.
Finalmente, concentre-se em um ponto acima de sua cabeça, onde reside seu Eu Profundo ou Eu Divino. É ele que o conecta com a Força Criadora, Deus ou Deusa, como preferir chamar. É sua ponte constante com o Divino. Tenha certeza de que, seja o que você desejou, é essa conexão de seu Eu Divino com o Universo que o ajudará a conquistar seu desejo.
Imagine, então, um raio de luz ligando todos os 3 eus. Ele sai do chakra básico (Eu Jovem), conecta-se ao Eu Lógico e, finalmente, ao Eu Divino. Os 3 brilham juntos e conectados por um raio de luz na cor que você escolheu. O ponto logo acima de sua cabeça, o Eu Divino, brilha cada vez mais, até que a luz toma a forma de uma flor luminosa. Agradeça essa conexão. Agradeça. Quando a energia estiver bem forte, imagine essa flor luminosa no seu Eu Divino explodindo em milhares de pedacinhos luminosos e uma chuva de luz caindo sobre você, com todo seu desejo nela, tocando sua pele e tornando-se realidade com você.
Lentamente, abra os olhos, molhe a mão na água da vasilha que você preparou antes de iniciar o exercício e jogue diversas gotas d’água sobre você, trazendo a chuva luminosa para a realidade.
Respire profundamente três vezes e finalize o exercício.

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