O CENTÉSIMO MACACO

01/03/2009 04:22

    

    Essa historia do centésimo macaco (que não eram necessariamente 100) gerou um estudo muito bonito de um inglês de Cambridge chamado Rupert Sheldrake sobre “Campos Morfogenéticos”, isto é, campos que “geram a forma”.
    Ele mostra que quando um grupo de indivíduos (macacos, homem, insetos etc.) começa a assumir determinado comportamento, vai criando uma massa crítica que, a partir de determinado número, faz com que todos os indivíduos desta espécie passem a se comportar desta forma. É este campo que transmite a informação para o salto evolutivo, ou para a manutenção do padrão vigente.
    De certa forma isso facilita a compreensão da evolução social ou mesmo biológica e isto é possível observar na evolução do sistema nervoso nas espécies animais. Sendo assim, não se pode deixar de assumir o quanto somos TODOS responsáveis pelo que está acontecendo no planeta. Quando fazemos ou não fazemos algo estamos contribuindo para a sustentação ou criação desta massa crítica.
    É fácil perceber como isso se dá quando leio artigos em jornais ou revistas, de jornalistas consagrados, alguns com conteúdo moderno e com franco interesse informativo, outros com linguagem rebuscada, culta, mas com claro propósito de consumir, destruir, criar e sustentar este campo velho, alimentador desta sociedade que precisa de uma grande sacudidela para acordar e sair desta repetição, deste marasmo de alcoólatra de balcão de botequim.
    Continuar nos embebedando nos botecos limpos ou sujos, enquanto discursamos sobre o comportamento de uns e outros só nos levará a manutenção do padrão vigente. Se ficarmos chorando sobre o que aconteceu há 30 ou 20 anos atrás, nossas lágrimas nos impedirão de ver o que podemos fazer agora (lembrando Saint Exuperry).
    E só quem pode fazer somos nós mesmos. Não podemos esperar que os políticos façam por nós, até por que eles são produto desta sociedade que estamos alimentando com o nosso comportamento. Quando divulgamos idéias e textos estamos assinando embaixo, somos co-autores do texto tanto quanto somos co-criadores de tudo o que está acontecendo.
        Adoramos chorar sobre o leite derramado, sobre os escombros de prédios antigos, sobre lembranças que não existem mais, mas esquecemos do tanto que há para construir, o tanto que há para ser revelado.
    Precisamos acordar e acordar a Humanidade que ainda espera que algo aconteça. Nada vai acontecer que nós não queiramos ou não façamos.
Pois afinal somos nós os criadores, ou co-criadores de tudo que existe.

Paulo Montenegro Sloboda
www.edembrasil.com

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