O Número 12

21/06/2010 15:36

Por Helena Gerenstadt

Desde a mais remota antiguidade o número doze serviu para muitas e variadas tarefas.
O povo babilônico estabeleceu sua base numérica em torno do número doze e não em base ao número dez, que é o nosso sistema numérico atual. O doze era a cifra essencial de seu sistema, pois o espaço e o tempo tinham sentido em relação com o doze: doze esferas, doze meses do ano, doze horas diurnas, doze horas noturnas, doze signos e doze casas do zodíaco.
Para a Cabala o número doze é um numero carregado de vibrações e seu simbolismo é interpretado de várias formas. Por uma parte é um número de forte influência sobre a sensibilidade das pessoas. Em certos casos, se associa seu significado com as paixões e com a renuncia pessoal e também compreende os mundos da formação, da criação, da emanação e da ação.
Como número da formação se associa, segundo a doutrina hermética e cabalística, ao pensamento e a mente; como número da criação, as mesmas fontes advertem que o doze aparece imbuído de um simbolismo com referência a saúde, tanto da alma como do corpo; como número da emanação, o doze é interpretado como centro essência dos objetos e das coisas; como número da ação o doze é associado à evolução e ao desenvolvimento, e assim, é considerado como um símbolo ligado a Mãe Terra.
Para a Astrologia o doze é um número de significado harmônico e é identificado com o signo de Peixes, que ocupa o décimo lugar do Zodíaco.
Os alquimistas o consideram cheio de sentido hermético, já que ao ser múltiplo perfeito de três, contém a tríade de elementos essenciais para conseguir transformar a matéria bruta com base das misturas de mercúrio, sal e enxofre, além de conter como divisores os quatro elementos (água, ar, terra e fogo).
Na tradição judeu-cristã o número doze é uma cifra sagrada, um símbolo de pleno sentido, já que eram doze os apóstolos, doze as tribos de Israel, doze as pedras preciosas do peitoral do sumo sacerdote, doze as portas da cidade de Jerusalém, a mulher celestial levava uma coroa com doze estrelas; inclusive a Bíblia diz que o número dos eleitos era 12 vezes 12.000, uma cifra que representa a totalidade dos santos.
Um dos preceitos da religião muçulmana estabelece a peregrinação a Meca deverá ser realizada dentro do décimo mês lunar.
Nas tradições chinesas também incluem este número entre seus favoritos, seu Zodíaco está formado por doze animais que completarão um ciclo de doze anos.
A prática tanto do Tai Chi Chuan como do Chi Kung se rege pelo estrito cumprimento das Doze Virtudes de Ouro.
A escala musica está formada por doze graus cromáticos (do, do#, re, re#, mi, fa, fa#, sol, sol#, la, la#, si), o que aproveitou e aperfeiçoou o compositor austríaco Arnold Schönberg em seu sistema dodecafônico serial.

O Simbolismo do Número Doze
Trata-se de um número sagrado e serve para medir os corpos celestes, assim como os doze meses do ano. Doze foi os discípulos de Jesus, 12 os frutos do Espírito Santo, 12 as tribos de Israel, 12 os filhos de Jacob, 12 vezes apareceu Jesus Cristo depois de morto.
O 12 se considera passivo e é o sinônimo da perfeição. Doze vezes 30 graus formam os 360 graus da circunferência.
Os caldeus, os etruscos e os romanos dividiam a seus deuses em 12 grupos. O deus Odin escandinavo tinha 12 nomes, do mesmo modo que os rabinos sustentavam antigamente que o nome de Deus se compunha de 12 letras.  Adão e Eva foram expulsos do Paraíso às 12 horas do meio dia. São 12 as pedras preciosas da Coroa da Inglaterra, 12 as portas da cidade de Jerusalém e 12 os anjos que as custodiavam, segundo o Apocalipse. Segundo João, o Evangelista, em Jerusalém viverão 12 mil homens eleitos.
O 12 representa o sacrifício no Tarô. Nos 12 primeiros arcanos deste jogo se encontra a chave do total de cartas que o compõem. Em Atenas se adotou o sistema decimal e Platão admitia 12 deuses em sua República. Também havia 12 deuses primitivos entre os japoneses. O 12 é o número do justo equilíbrio, a prudência, a forma graciosa. Para os etruscos o céu tinha 12 divisões pelas as quais o sol passava todos os dias, e dividiam suas possessões em 12 províncias. As 12 é a hora do cenit do sol, e 12 é o número da esfera do relógio.

A Aritmética Duodenária
 Os antigos astrônomos consideravam que toda a facilidade ou todo êxito consistia em tomar como unidade um número que admitisse a maior quantidade de divisões possíveis. Por isso dividiram o círculo em doze signos ou em 360 graus, o grau em 60 minutos, pois estes números podem subdividir-se em muitas partes.
 
360
1      360
2      180
3      120
4      90
5      72
6      60
8      45
9      40
10    36
12    30
15    24
18    20


Para os cabalistas o número três representa a soma de 12, ou seja: 1 + 2 = 3.


O Simbolismo do Número Três
Desde o ponto de vista geométrico é o primeiro número existente, pois se necessitam de pelo menos três pontos para formar o triângulo, que é a primeira figura geométrica.
É o número da Santíssima Trindade, ou seja, Deus em sua expressão total, da harmonia e o equilíbrio dos contrários, rompendo com a dualidade e o antagonismo e aportando uma nova possibilidade de equilíbrio.
Para os pitagóricos é a causa de tudo que tem três dimensões, e assim ingressa no terreno da psicologia. É a Tríade, no mundo, o resultado da inteligência (ativa) mais a matéria (passiva), ou seja: 1 monada – ativo
        2 diada      - passivo
        3 triadas    - neutro

Desde os tempos mais antigos o número três foi merecedor de veneração e se consagrava nas questões divinas. No Egito, na Índia e em Israel foi considerado como um número sagrado. Para Pitágoras era o número do mundo dos fenômenos e participava da natureza da mônada (1) e da diada (2).
Também é o símbolo do mundo dos fenômenos e para os cristãos primitivos era o símbolo da existência do movimento e do equilíbrio entre os extremos.Os Hindus o chamam de Rama ou Guna, porque para eles havia três Ramas (fogo de três classes) e 3 Gunas (qualidade de três classes). Se um é o ativo, o pai, o dois, o positivo, é a mãe, por ser a somo de ambos, o três e o Filho.
Não somente representa a Trindade para os cristãos, mas também para a religião hindu representa a trindade de Brahma, Vishnú e Shiva. Os brahmanes têm grandes Vedas, 3 margas ou caminhos de salvação. 3 Gunas, 3 Lokas (céu, terra, inferno) três jóias da sabedoria, e Shiva tem três olhos. Para os pitagóricos os números têm formas e a forma do três (como o 1 e o 7) é triangular.
A Cabala consta de três variedade e nela três são os atributos da divindade. Para os hebreus era Ghimel, que é aproximadamente a nossa G. É um número neutro, igual a todos os seus múltiplos. O 3 é Gamma para os gregos e é o número da sorte para os nascidos sob o signo de Virgem.
Deve-se destacar que em cada signo do Zodíaco existe três decanatos e entre os planetas existe 3 fortunas e 3 infortúnios.
Para os gregos o 3 era a origem de todo o conhecido, e quando faziam seus presságios bebiam três vezes pela honra das 3 Graças, igualmente que dividiam o mundo sob as três divindades de Júpiter, Netuno e Plutão. Para as antigas religiões escandinavas, a mitologia indicava que a árvore que contém o mundo contava com três raízes e havia 3 fadas na morada dos deuses. Eram três os golpes que se davam na porta e três são as opções que se apresentam aos seres humanos com mais freqüência. Os egípcios reconheciam três corpos no Ser Humano: 1) Dyet, o corpo físico; 2) Ka, o corpo fluído ou astral; 3) Ba, o espírito. O reino do Egito estava dividido em três partes: 1) o Alto Egito; 2) o Egito Médio; 3) Baixo Egito. Cada zona estava dividida em três províncias, e cada uma gozava da proteção de um Deus particular, ou seja, haviam trinta deuses, que se agrupavam de 3 em 3, que simbolicamente expressavam a concepção ternária da realidade: 1) mundo natural; 2) mundo filosófico; 3) mundo religioso.
Três foi os Reis Magos, que foram a Belém seguindo a estrela mágica. Três foram os evangelistas sinópticos. De acordo com estes Evangelhos, Pedro negou por três vezes a Cristo antes do canto do galo.
Há também referência ao conhecimento dos três primeiros "números" ou Princípios Matemáticos do Universo: o número um, ou seja, a Unidade do Todo; o número dois, ou seja, a Dualidade da Manifestação, e o número três, ou seja, o Ternário da Perfeição. Pitágoras o expressou admiravelmente nas palavras: A Unidade é a Lei de Deus (ou seja, do Primeiro Princípio, da Causa Imanente e Pre-Antinômica), o número (nascido da multiplicação da Unidade e por meio da Dualidade) é a Lei do Universo, a Evolução (expressão da Lei do Ternário) é a Lei da Natureza.
Ou, segundo as palavras de Ramaseum de Tebas: Tudo está contido e se conserve no Um, tudo se modifica e se transforma por três: a Mônada criou a Díade, a Díade produziu a Tríade, e a Tríade brilha no Universo inteiro.

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