Peru - A Terra dos Incas - Parte 1

31/08/2008 15:22

Magia, um encontro da alma com um lugar, é assim que a terra-mãe da nação inca se mostra aos que buscam seus mistérios e segredos, tocando as vidas passadas e trazendo uma energia ancestral e poderosa que nos transforma.

Alex Alprim

Vejas as fotos tiradas dos principais templos incas em nossa seção Multimídia ou Clique Aqui

    Dezoito de junho às 5:30h da manhã, Aeroporto Internacional de Guarulhos, em frente ao Balcão da Lan Peru em Cumbica com RG original e o comprovante da vacina de febre amarela na mão, olhando para o relógio, crente que o vôo sairia perfeitamente 3 horas depois, as 8h30 - claro que não foi assim, o vôo atrasou, levantamos do solo brasileiro as 10h30.
    Ir ao Peru é realizar um sonho, o desejo de ver esculturas enigmáticas, obras ciclópicas e entender como surgiram e criaram em plena selvas e altiplanos latino-americanos cidades maiores do que as capitais ocidentais da época e ainda compreender como se deu o desaparecimento e destruição de sua ciência e religião.
    O Império Inca era um estado-nação que surgiu na América do Sul por volta do século 13 e durou até a morte do imperador Atahualpa, nas mãos dos conquistadores espanhóis em 1533. Incluía vastas regiões que do atual Equador, Peru, Bol[ivia chegando até o noroeste da Argentina e norte do Chile. Reunia diversas povos e eram falados mais de 700 idiomas, sendo que o quéchua era a o mais falado, e ainda podemos ouvi-lo nas ruas do Peru.
    Fui a convite da PaxTour/Pax Universal, coordenado por Carmem Balhestero que há mais de 20 anos leva as pessoas aos lugares sagrados do planeta. A viagem teve a presença de Mário Diniz, mestre em Reiki e iniciado na Ordem de Melquisedec, que fez a nossa orientação inicial durante nossa estadia no Peru.
    Chegamos a Lima cerca de 5 horas depois de partimos, imediatamente fizemos o check-in e embarcamos numa conexão para Cuzco (Qos'qo em quéchua), nosso destino principal. Capital do império inca, seu nome significa "Umbigo do Mundo", está situado no sudeste do Vale de Huatanay, geralmente conhecido como o Vale Sagrado dos Incas, nos Andes. À 3400 metros acima do nível do mar é uma cidade que representa a união entre a Europa colonizadora e os antigos Incas,
    Adaptar-se a altitude foi um primeiro desafio, o corpo pesa, o sono fica desregulado e a cabeça dói, algumas pessoas sentem enjôos e passam mal nos três primeiros dias, mas tudo passa com alguns chás curativos disponibilizados pelo nosso guia, o professor e mestre, K´uichy.
    Encontramos com ele na saída do Aeroporto de Cuzco, K´uichy, em quechua significa arco-íris, e em nossa estadia nos revelou o verdadeiro significado dos templos, seus rituais, as aberturas de portais dimensionais e nos serviu como professor e xamã, nos guiando nos caminhos que podem surgir na busca pelo renascimento espiritual.
    Cusco era o mais importante centro administrativo do Império Inca ela teria sido fundada por Manco Capac por volta dos séculos 11 e 12. Em 1532, o conquistador espanhol Francisco Pizarro, invadiu e saqueou a cidade que foi destruída pelos espanhóis e usaram suas pedras e fundações para erguer as construções no estilo europeu da época.
    Em 1950 aconteceu um grande terremoto que destruiu grande parte das construções européias, mas deixando intactas as construções incas e as fundações de vários templos, em particular o do Templo do Sol, Korikancha, (em quéchua, Quri Qancha, "templo dourado" ), que tinha uma igreja dos dominicanos construída por cima das estruturas do templo, mas que ao ruir revelou o templo escondido na construção européia.
    Em nosso segundo dia de estadia no Peru, fomos visitar o templo de Korikancha, que foi construído pelo imperador inca Pachacutec. Feito de pedras polidas e encaixadas perfeitamente, sem o uso de argamassa. Com várias salas, acredita-se que elas guardavam objetos de culto de várias regiões incas, também possuía espaços para rituais nos quais se faziam pedidos aos deuses e até sacrifícios humanos. Há pouco tempo, encontrou-se na parede de uma das salas um osso do antebraço de uma criança dentro das pedras do que aparentemente, era um altar.
    Além de Korikancha em Cusco, o Vale Sagrado dos Incas é cortado por numerosos rios que descem por pequenos vales, possuindo ainda um grande número de monumentos arqueológicos e descobertas por fazer.
    Na região visitamos Sacsaihuaman (dos quais só tivemos acesso a cerca de 20% das ruínas) que fica aproximadamente a dois quilômetros de Cusco, que de acordo com a história oficial, seria uma fortaleza militar, mas K'uichy, nosso guia, explicou-nos que na verdade a construção era um templo de adoração a serpente. Para os incas, ela era a representação da união entre o céu e a terra, que surgia por meio da serpente no céu, o “raio”.
    Sacsahuamán (do quéchua Saksaq Waman, "falcão satisfeito") teria sido iniciada pelo governante inca Pachacutec, sendo que o cronista Garcilaso de la Vega, afirma que sua construção teria durado cerca de 50 anos, até o período do governante inca Wayna Qhapaq. Em Sacsahuamán posteriormente participamos do festival de Inti-Raimi, o sagrado festival do sol, no qual vi uma das situações mágicas mais impressionantes em nossa estadia em terras incas. Mas isso fica para a próxima edição, na qual iriei falar de nossa ida a Ollantaytambo, Machu Picchu, a cidade de Pisac e a uma revelação mágica que tivemos no lago Titicaca.

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