Qi Gong

Qi Gong

O Qi Gong é uma prática de exercícios, mas também uma compreensão sobre o ser humano.

Texto e Imagem: Wanise Martinez e Luciana Barrella

    O Qi Gong (lê-se “Tchi Kun”) é uma prática corporal de origem taoísta fundamentada nos conhecimentos da medicina tradicional chinesa.
Atuando diretamente no sistema energético, o Qi Gong é composto por exercícios físicos e técnicas de respiração e concentração que têm como objetivo principal favorecer a saúde e a vitalidade mental de seus praticantes.
    O nome vem da união do Qi (Tchi), que é entendido como sopro ou energia vital, com o Gong (Kun), que são os treinamentos práticos para o cultivo dessa energia.
Associado ao conhecimento medicinal do Imperador Amarelo – na verdade, o imperador Huang Di, que teria reinado de 2698 a.C. a 2599 a.C., e se tornou popular devido ao seu interesse pela saúde humana –, o Qi Gong foi passado de geração a geração. Por conta disso, existem centenas de técnicas específicas dessa prática espalhadas pelo mundo. Aqui no Brasil, o Qi Gong não é muito conhecido do grande público, mas tem sido divulgado cada vez mais, principalmente depois que algumas práticas tradicionais chinesas, como a acupuntura, passaram a ser incluídas no sistema público de saúde.
    De acordo com Luciana de Carvalho Canalonga, psicóloga e instrutora autorizada de Qi Gong pela Escola Bi Yun, na Sociedade Taoísta do Brasil – além de ser especialista em Educação Corporal e Dança –, o Qi Gong é uma técnica tanto preventiva quanto curativa. “A medicina tradicional chinesa”, diz a instrutora, “entende que, para ter saúde, você deve ter uma boa circulação da energia vital em todas as instâncias do seu ser. Por isso, quando você tem bloqueios ou qualquer desequilíbrio nesse fluxo de energia, surge o estado de doença, seja física, emocional ou mental. Com o Qi Gong, é possível favorecer a reestruturação, a reorganização da energia vital no seu organismo, recuperando-o ou preparando-o para enfrentar as dificuldades”.
    Apaixonada pelo Qi Gong, Luciana conta que conheceu a técnica quando tinha 20 anos de idade, e nunca mais parou. Ela diz ainda que qualquer pessoa pode treinar, mas é importante frisar que os benefícios do Qi Gong só vêm com o tempo. “Quando você consegue unir e integrar o movimento físico, a respiração e a concentração da sua mente”, ela explica, “é possível um melhor resultado, e isso é só com bastante tempo de prática. Se forem feitos só os exercícios, eles irão favorecer, mas não com tanta profundidade e amplitude. A respiração está associada aos aspectos emocionais; então, quando trabalhamos ampliando a respiração, conseguimos favorecer também um processo de equilíbrio emocional”.
    Como o Qi Gong é uma prática que visa equilibrar a saúde do indivíduo, pode ser explorada principalmente por aquelas pessoas que sofrem com problemas decorrentes da correria exigida pelo dia-a-dia. “Olhando a nossa sociedade”, diz Luciana, “vemos que ela nos leva a um movimento muito voltado ao externo, e isso acarreta um excesso de preocupação e desgaste. Todos esses desequilíbrios da vida moderna e contemporânea são considerados desequilíbrio do Qi. Por isso, as pessoas sofrem ou com o excesso, que gera a euforia e a ansiedade, ou com uma baixa dessa energia, que tem como resultado a depressão e o medo.     Cada estado emocional está ligado a um aspecto orgânico e a um sistema de meridianos e, por isso, as pessoas precisam aprender a fazer uma boa respiração e a respeitar elas mesmas. Com a ajuda do Qi Gong, podemos equilibrar um pouco esse movimento de externo e interno”.


Contato

Luciana de Carvalho Canalonga
Sociedade Taoísta do Brasil
Av. Liberdade, 113, 3º andar, São Paulo
Tel.: (11) 3105-7407 e 9631-3005
www.sociedadetaoista.com.br