Fitoterapia

Fitoterapia

Considerado um dos tratamentos de saúde mais antigos da história, a fitoterapia trata os desequilíbrios do corpo de maneira natural.

Wanise Martinez

    Proveniente dos vocábulos gregos therapeia, que significa “tratamento”, e phyton, “vegetal”, a fitoterapia é uma técnica que utiliza o extrato de algumas plantas para tratar doenças e auxiliar na recuperação dos pacientes.
    Totalmente natural, esse processo terapêutico ocorre porque as ervas tidas como medicinais contêm boa parte dos micronutrientes que são encontrados nos alimentos, como as vitaminas e os sais minerais, fazendo com que o corpo reaja de maneira satisfatória à sua utilização e, assim, fique mais saudável. Além disso, as plantas e ervas também possuem substâncias chamadas fitonutrientes, que auxiliam no fortalecimento de nossa saúde.
    De acordo com a professora Magali Lobosco – formada em Medicina Chinesa e Fitoterapia Chinesa pelo Mestre Zen Tokuda Igarashi em Lyon, na França, e atuante na área da fitoterapia há 20 anos –, esse tratamento tem sido cada vez mais procurado por pessoas que querem resolver problemas gerados pelo cotidiano corriqueiro e tenso. “Muita gente está procurando a fitoterapia para o bem-estar geral”, diz Magali. “As principais queixas são: cansaço, estresse, angústia, TPM, sinusite, asma. Mas em muita coisa, principalmente nos desconfortos, que ainda não são doenças – como algumas dores musculares e a insônia –, os fitoterápicos também se mostram eficientes”.
    Segundo a professora, o tratamento com a fitoterapia acontece principalmente pela medição da temperatura do corpo. “No caso do estresse, por exemplo, vemos que a cabeça fica literalmente quente, por isso necessitamos esfriá-la”, explica. “Ou no resfriado, em que é preciso aquecer o corpo e, por isso, usamos canela, gengibre”.
    Autora de Fitoterapia Chinesa – Uma Introdução à Tradição e ao Uso das Plantas Orientais (Editora Palas Athena, 2005) e Fórmulas Magistrais da Dinastia Han (Editora Prol, 2008), Magali também explica que a principal vantagem dessa técnica é que ela não tem contraindicação, como alguns relaxantes musculares alopáticos que agridem o estômago e que, por isso, qualquer pessoa pode se tratar com ela.
    Além disso, a fitoterapia não exige qualquer preparação anterior, assim como não causa dependência depois de iniciado o tratamento terapêutico. “O único complemento que sugerimos é atenção à própria dieta. Precisamos evitar um pouco o fast food e comer mais legumes e frutas para um melhor resultado”, diz Magali.
    A seguir, ela explica as propriedades terapêuticas de algumas das principais plantas e especiarias que são utilizadas na fitoterapia, e ainda dá um aviso: antes de fazer uso da técnica, é preciso passar por um profissional que vai indicar qual é o melhor tratamento.

Canela
(Cinnamon Cassiae)

De origem oriental, a canela em pau é utilizada como tempero pela maioria das famílias do Ocidente. No entanto, ela possui propriedades medicinais que tratam gripes e dores musculares, como cólicas menstruais. A melhor forma de utilizá-la é a preparação de um chá bem quente. Além disso, o galho da caneleira, a árvore de cultivo de canela, pode ser utilizado para atenuar problemas de pulmão.

Gengibre
(Zingiber officinale)

As propriedades terapêuticas dessa planta são indicadas para tirar muco do organismo, auxiliando no tratamento da asma, amigdalites, nevralgias e cólicas intestinais. Também é indicado para tratar enjôos de grávidas e durante viagens. Pode ser preparado como chá, usado ao natural, ralado, ou em forma de cataplasma – erva fresca e amassada que é aplicada sobre a parte do corpo que deve ser tratada.

Ginseng
(Panax Ginseng)

Considerado um dos fitoterápicos mais utilizados do mundo, o Ginseng coreano, chamado panax ginseng, é indicado para tratar estados de cansaço e estresse. Estimulante, ele é apontado como um poderoso energizante sexual, no entanto, seu uso pode elevar a pressão arterial. O ginseng também causa a diminuição dos danos ocasionados por tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia. Ele pode ser tomado em forma de chá ou ser adicionado em sopas.

Pêssego
(Prunus persica)

Suas folhas são indicadas para tratar dores reumáticas e devem ser utilizadas amassadas, em forma de cataplasma. Seu caroço, ao ser triturado, pode ser usado para diminuir hemorragias surgidas por ferimento. Já a frutinha que existe dentro do caroço, a semen persicae, é indicada para o tratamento de miomas e cistos no ovário.

Noz-de-Betel
(Semen Areca Catechu)

Fruto da Palmeira de Betel, que é uma árvore encontrada em países da Oceania e do leste da África, a noz-de-betel é utilizada para remover parasitas intestinais e também reduzir cáries dentárias. O tratamento deve ser feito com a ingestão da noz em pó ou amassada, mas também pode ser mastigada inteira. Dependendo da tradição local, esse tipo de noz também pode ser misturado com temperos e / ou especiarias.


Contato
www.magali.lobosco.com.br
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